Escritores que escreveram (e escrevem) para crianças

Por Telma Brilhante

Em pleno Século XXI a Literatura Infantil e Juvenil não superou ainda a pecha de literatura menor que muitas pessoas mal informadas tendem a falar, especialmente porque esse segmento responde por vendas bastante consideráveis em muitas editoras. É um verdadeiro nicho comercial em que elas, as editoras do Sul, têm investido maciçamente, o que não acontece em Pernambuco. Estimulou-me a pesquisar os escritores que aqui no Brasil se aventuraram pelos caminhos da LIJ. Surpreendi-me com a quantidade e qualidade: renomados escritores da área de ficção, novelas, contos e romances. Não somente Monteiro Lobato, que confessou que escrever para crianças era melhor do que para adultos. Muitos outros colegas de ofício também experimentaram. E gostaram, a exemplo de Érico Veríssimo, com dez publicações. Vejamos, em relação preliminar, alguns outros exemplos: Rachel de Queiroz escreveu O menino mágico, Cafute e Pena de Prata e Andira; Nélida Piñon, A roda do vento; Ledo Ivo, A história da tartaruga e O rato da sacristia; João Ubaldo Ribeiro, Vida e paixão de Pandonar, o cruel e A vingança de Charles Tiburone; Jorge Amado, O gato malhado e a andorinha Sinhá, A bola e o goleiro e O milagre dos pássaros (fábula); Clarice Lispector, A mulher que matou os peixes, A vida íntima de Laura e Quase de verdade; Lia Luft, Histórias de Bruxas boas; Érico Veríssimo (já destacado como recordista), com A vida de Joana d'Arc, As aventuras do avião vermelho, Os três porquinhos pobres, Rosa Maria no Castelo Encantado, Meu ABC, As aventuras de Tibicuera, O urso com música na barriga, A vida do elefante Basílio, Outra vez os três porquinhos, Viagem à aurora do mundo, Aventuras do mundo da higiene e Gentes e bichos; Moacyr Scliar, O menino e o bruxo, O mistério da Casa Verde, Gota 'água e outros mais; Josè Mindlin, Reinações de José Mindlin, escritas por ele mesmo.

É gratificante sabermos que esses escritores também se venturaram pelo mundo maravilhoso dos contos infantis e juvenis, suporte incontestável que as escolas utilizam para incentivar a leitura, despertando o interesse dos alunos e facilitando a aprendizagem.